Responsive image

التالي


Teria Benito Mussolini mandado envenenar o Papa?

3 المشاهدات
نشرت في 03 Jun 2025 / في آخر

Texto principal retirado de um canal derrubado chamado Guelfo Negro. Versão revisada.

O Papa Pio XI estava escrevendo a encíclica Humani generis unitas, na qual condenaria as leis raciais fascistas de 1938, por violarem a Concordata de Latrão. Nela, Pio XI escreveu: "Milhões de pessoas estão privadas dos direitos e privilégios mais elementares dos cidadãos no seu próprio país de nascimento. Negada a proteção legal contra a violência e o roubo, expostas a todas as formas de insultos e degradação pública, pessoas inocentes são tratadas como criminosas, embora tenham obedecido escrupulosamente à lei da sua terra natal. Mesmo aqueles que, em tempo de guerra, lutaram bravamente pelo seu país são tratados como traidores, e os filhos daqueles que deram suas vidas em nome da pátria são considerados fora da lei pelo simples fato de sua ascendência. No caso dos judeus, essa negação flagrante dos direitos humanos lança muitos milhares de pessoas indefesas pela face da Terra, sem quaisquer recursos."
Na encíclica, o Papa comparava Benito Mussolini e Adolf Hitler a Nero. Pio XI prometeu fazer o que pudesse, no pouco tempo que lhe restava, contra as leis raciais fascistas.
Bonifacio Pignatti, embaixador italiano na Santa Sé, ao saber disso, ficou apavorado. Ele disse a Galeazzo Ciano, genro de Mussolini: "O Pontífice ameaçou fazer alguma coisa antes de morrer que será lembrada na Itália por muito tempo."
Pignatti advertiu Ciano de que o Papa poderia usar as comemorações do décimo aniversário do Tratado de Latrão, em 11 de fevereiro de 1939, para pronunciar uma condenação ao fascismo.
O jornal Daily Mail, de Londres, publicou uma reportagem do seu correspondente em Roma, afirmando que Pio XI planejava um consistório secreto para condenar o racismo. Havia rumores de que o Papa preparava, em segredo, uma encíclica com esse fim. Esses rumores foram negados pelo cardeal Eugenio Pacelli, secretário de Estado da Santa Sé, mas ele disse a Pignatti que Pio XI advertira: "Terei mais a dizer e, na minha idade, não tenho medo."
O fato é que o cardeal Pacelli só soube da existência da Humani generis unitas após a morte do Papa. Pignatti, ao transmitir essas observações a Ciano, relembrou, muito nervoso, o comentário de Pio XI de que "antes de morrer poderia fazer alguma coisa de que a Itália se lembrasse por muito tempo".
O Papa queria saber se Mussolini estaria presente na Praça de São Pedro para assistir a seu discurso. O cardeal Pacelli lhe disse que não tinha certeza, mas achava improvável. Pio XI respondeu: "Se ele não quer comemorar o décimo aniversário, eu o farei."
Jornais franceses informavam que o Papa estava doente e furioso com Mussolini. Por isso, desejava deixar a Itália e se mudar para a França, avaliando os méritos relativos de Avinhão e Fontainebleau. O jornal vaticano L'Osservatore Romano publicou o artigo Contos de Fadas, no qual afirmava que Pio XI gozava de excelente saúde.
Mussolini ainda estava furioso com o Papa por sua alocução ao Sacro Colégio, em 24 de dezembro de 1938. Nela, Pio XI denunciou as perseguições sofridas pela Ação Católica Italiana:

"Tristeza verdadeiramente amarga, quando se trata de verdadeiros e múltiplos vexames — não digamos exatamente gerais, mas certamente muito numerosos e em muitos lugares — contra a Ação Católica, esta conhecida menina dos nossos olhos. Foi preciso reconhecer e confessar, inclusive pela adulteração dos diversos gabinetes e dos seus arquivos, que a Ação Católica não faz política nem oferece concorrência indesejada, mas apenas pretende fazer do bom viver cristão o seu cristianismo — e, por isso, constitui elemento de primeira ordem para o bem público, sobretudo num país católico como a Itália, como os fatos demonstram. Observando o zelo nas camadas inferiores, parece muito claro que, embora a Ação Católica esteja distintamente contemplada em Nosso Pacto de Conciliação, grandes — ou melhor, ocultos — gestos de permissão e encorajamento devem vir de cima para que esses aborrecimentos não cessem em vários lugares, de um extremo a outro da Península. E não apenas em lugares pequenos ou sem importância. Ontem, Veneza, Turim e Bérgamo foram mencionados; hoje, é Milão — e precisamente na pessoa de seu cardeal-arcebispo, culpado de um discurso e de um ensinamento que se inserem exatamente nos seus deveres pastorais, e que só podemos aprovar. Mas se somos nós que sempre lembramos a todos que o que não é verdadeira e plenamente humano não é cristão, e o que é anticristão é desumano, então o que diz respeito à dignidade comum da humanidade, à liberdade, à integridade do indivíduo — a quem, sujeito à devida coordenação e cooperação, a sociedade se destina — diz respeito, também, à ordem estabelecida por Deus, Criador e Salvador. A esse Deus, todo homem deve dizer: ‘Tu és o meu Deus. Ele me amou e se entregou por mim’. Não era apenas a amarga tristeza no coração do velho padre diante dos maus-tratos à sua amada Ação Católica. Eram também reais e sérias preocupações do Chefe do Catolicismo e Guardião da moralidade e da verdade, inevitavelmente provocadas pela ofensa, pela ferida infligida à Concordata — e justamente no que diz respeito ao sagrado matrimônio, que, para todo católico, é de suma importância.
A imprensa francesa, americana e britânica citou essa alocução natalina do Papa para trombetear sua insatisfação com o regime. Por exemplo, a edição de 25 de dezembro do jornal New York Times trazia na manchete da primeira página: "Pio XI deplora a hostilidade fascista e revela indícios".
Pignatti transmitiu o desagrado de Mussolini ao cardeal Pacelli, que lhe respondeu que ninguém seria capaz de conter as explosões do Papa.
Mussolini mandou dizer ao cardeal Pacelli que estava disposto a discutir a melhor forma de organizar as comemorações. Propôs uma série de eventos nos quais ele ocuparia o centro do palco, como nas celebrações fascistas que presidia regularmente. Ele e o Papa fariam discursos separados, trocariam votos de congratulações e celebrariam Missas. Mussolini queria celebrar a sua Missa no imenso campo esportivo romano construído em sua homenagem. Não pisaria na praça de São Pedro. Também desejava oferecer uma recepção aos bispos da Itália enquanto estivessem em Roma.
O cardeal Pacelli transmitiu a proposta de Mussolini a Pio XI no dia seguinte, mas o Papa mudou de assunto de repente, passando a atacá-lo por não ter respondido à sua carta pedindo que não proibisse os casamentos inter-raciais.
Voltando às sugestões de Mussolini para a comemoração, Pio XI disse que poderia aceitar a troca de mensagens, mas não permitiria que os bispos comparecessem à recepção no Palazzo Venezia. Seria ele quem os convidaria a Roma, não Mussolini. E, se Mussolini quisesse celebrar uma Missa em qualquer outro lugar, ele não o impediria.
Contudo, quanto mais refletia sobre as sugestões, mais aborrecido o Papa ficava. Dois dias depois, Pio XI disse ao cardeal Pacelli que havia mudado de ideia e que não trocaria mensagens de congratulações com Mussolini. Afinal, como ele argumentou, o tratado fora assinado em nome do Rei da Itália. Logo, qualquer troca deveria ocorrer com o Rei, não com Mussolini.
Boatos sobre a encíclica secreta contra o racismo haviam vazado de alguma maneira. Mussolini e seus conselheiros estavam preocupados.
O Papa então começou a preparar seus discursos, pois havia decidido estender a comemoração por dois dias: 11 e 12 de fevereiro. No dia 11, discursaria aos bispos na presença dos dignitários do governo e do corpo diplomático. No dia 12, discursaria apenas aos bispos e a altos prelados.
Nesses discursos, Pio XI pretendia denunciar a violação da Concordata e as perseguições contra os cristãos na Alemanha. Ciano estava nervoso com o que o Papa poderia dizer na ocasião. Escreveu em seu diário: "O clima para as comemorações do décimo aniversário está ficando sombrio."
Mussolini informou ao cardeal Pacelli que nenhum funcionário do governo participaria da celebração sem garantias de que o Papa não usaria a ocasião para criticar o regime.
Pio XI também aumentava a pressão. Disse ao cardeal Pacelli para advertir Mussolini de que os italianos ficariam chocados se os líderes do país boicotassem a comemoração. Avisou que, caso o governo não estivesse representado no mais alto nível, ele se sentiria obrigado a comentar essa ausência durante o discurso.
Pacelli transmitiu a nova advertência de Pio XI a Pignatti, acrescentando que o Papa estava indignado com o fato de Mussolini ainda não ter respondido à sua carta contra as leis raciais. Pignatti advertiu: se o Papa usasse a celebração para criticar o regime, “uma situação parecida com a que a Igreja enfrenta na Alemanha poderá ser criada na Itália.”
Em 7 de fevereiro, o Papa ditou uma mensagem ao L’Osservatore Romano, que começava afirmando: “O Santo Padre está bem.”
Mussolini, temendo uma possível excomunhão, mandou o doutor Francesco Petáti — pai de sua amante, Clara Petáti, e médico pessoal de Pio XI — envenenar o Papa.
Cerca de 24 horas antes de proferir seu discurso, o Papa recebeu uma injeção administrada por Petáti. Após sua morte, ouviu-se na sede do Partido Nacional Fascista: “Viva! Morreu o inimigo de Mussolini!”. Mussolini acolheu a morte de Pio XI com alívio, comentando: “Finalmente, este homem de pescoço duro está morto.”
Ciano escreveu em seu diário, no dia 10 de fevereiro: “O Papa está morto. A notícia deixa o Duce totalmente indiferente.” Em suas memórias de 1972, o cardeal Eugène Tisserant escreveu sobre Pio XI: “Eles o eliminaram, o assassinaram.”
Tisserant acusava o médico pessoal do Papa de envenenamento.
No diário de Clara Petáti, a página de 5 de fevereiro de 1939 está incompleta. Ela termina com a frase: “Ele lê os bilhetes e está preocupado com algo que o marca... eles sabem.” Depois disso, o diário salta para o dia 12 de fevereiro, sem mencionar os eventos críticos.
Resta apenas uma frase de Mussolini, que anunciou à sua amante que iria ao funeral do Papa com sua esposa Rachele Guidi.
Ora, considerando que Clara Petáti costumava registrar os fatos mais importantes de seus dias, é muito estranho que não tenha anotado nada sobre os dias seguintes — especialmente o dia da morte do Papa.
Parece evidente que as páginas referentes a esses dias foram propositalmente removidas, pois certamente continham indícios de que a morte de Pio XI foi encomendada por Mussolini.
Embora o Papa Pio XII não tenha publicado a encíclica Humani generis unitas, ele publicou a encíclica Summi Pontificatus, na qual condenou o racismo: “Entre os multíplices erros derivados da fonte envenenada do agnosticismo religioso e moral, queremos chamar a vossa atenção, veneráveis Irmãos, para dois de modo especial, que são, a bem dizer, os que tornam quase impossível, ou ao menos precária e incerta, a convivência pacífica dos povos. O primeiro desses erros perniciosos, hoje largamente difundidos, é o esquecimento daquela lei de caridade e solidariedade humana, sugerida e imposta, quer pela identidade de origem e pela igualdade da natureza racional em todos os homens, sem distinção de povos, quer pelo sacrifício da Redenção oferecido por Jesus Cristo sobre a cruz ao Pai celeste em favor da humanidade pecadora.
De fato, logo na primeira página, narra-nos a Escritura com grandiosa simplicidade que Deus, para coroar a sua obra criadora, fez o homem à sua imagem e semelhança (Gênesis 1, 26-27); e diz-nos a mesma Escritura que o enriqueceu de dons e privilégios sobrenaturais, destinando-o a uma eterna e inefável felicidade. Mostra-nos, além disso, como do primeiro casal tiveram origem os outros homens, dando-nos a seguir, com insuperável plasticidade de linguagem, a divisão em vários grupos e a sua dispersão pelas diversas partes do mundo. Mesmo quando se afastaram do seu Criador, Deus continuou a considerá-los como filhos que, segundo o seu misericordioso desígnio, deveriam um dia gozar ainda da sua amizade (Gênesis 12, 3).
O Apóstolo das Gentes faz-se depois arauto desta verdade, que irmana os homens numa grande família, quando anuncia ao povo grego que Deus “tirara de um único tronco toda a progênie dos homens, para que povoassem toda a superfície da terra, e determinara o curso da sua existência e os limites das suas habitações, a fim de que procurassem o Senhor” (Atos dos Apóstolos 17, 26). Maravilhosa visão que nos faz contemplar o gênero humano na unidade de uma origem comum em Deus: um só “Deus e Pai de todos, aquele que está acima de todos, por todos e em todos” (Efésios 4, 6), na igualdade de natureza, igualmente constituída em todos de corpo material e alma espiritual e imortal; na unidade do fim imediato e da sua missão no mundo; na unidade de habitação — a terra —, de cujos bens, por direito natural, todos os homens podem valer-se a fim de sustentar e desenvolver a vida; na unidade do fim sobrenatural — o próprio Deus — a que todos devem tender; na unidade dos meios para conseguir tal fim.
E o mesmo Apóstolo mostra-nos a humanidade na unidade de relações com o Filho de Deus, imagem do Deus invisível, no qual foi criado tudo o que existe; na unidade do resgate de todos operado por Cristo, que, fazendo-se mediador entre Deus e os homens, mediante sua santa e acerbíssima Paixão, restituiu à humanidade a primitiva amizade de Deus: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus” (1 Timóteo 2, 5).
E, para tornar mais íntima tal amizade entre Deus e a humanidade, esse mesmo mediador divino e universal de salvação e de paz, no sagrado silêncio do Cenáculo, antes de consumar o sacrifício supremo, deixou cair de seus lábios divinos a palavra que vem sendo repetida no correr dos séculos, suscitando ao mesmo tempo heroísmos de caridade em meio a um mundo vazio de amor e dilacerado pelo ódio: “Eis o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (João 15, 12).
Verdades sobrenaturais estas, que estabelecem bases profundas e solidíssimos vínculos de união, reforçados pelo amor de Deus e do divino Redentor, do qual recebem todos a saúde “pela edificação do corpo de Cristo, até que cheguemos todos à unidade da fé, ao pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito, segundo a medida da plenitude de Cristo” (Efésios 4, 12-13).
À luz desta unidade de direito e de fato de toda a humanidade, os indivíduos não nos aparecem desligados entre si, como grãos de areia, mas sim unidos por relações — diversas com o variar dos tempos —, mas orgânicas, harmoniosas e mútuas, por natural e sobrenatural destino e impulso. E os povos, evoluindo e diferenciando-se segundo as diversas condições de vida e de cultura, não são destinados a quebrar a unidade do gênero humano, mas sim a enriquecê-lo e aformoseá-lo com a comunicação dos seus dotes peculiares e com aquela recíproca permuta dos bens, possível e ao mesmo tempo eficaz somente quando um mútuo amor e uma caridade vivamente sentida venha unir todos os filhos do mesmo Pai e todos os redimidos pelo mesmo sangue divino.
A Igreja de Cristo, fidelíssima depositária de uma sabedoria divina e educativa, não pode cogitar, nem cogita, em criticar ou menosprezar as características especiais que cada povo guarda com ciosa devoção e compreensível ufania, e considera como patrimônio precioso.
O seu escopo é a unidade sobrenatural no amor universal, sentido e praticado, e não a uniformidade, exclusivamente exterior, superficial e, por isso mesmo, debilitante. A Igreja saúda jubilosa e acompanha com seus votos maternais todas as diretrizes e solicitudes que visem ao criterioso e ordenado desenvolvimento de forças e tendências particulares e que têm suas raízes nos mais recônditos escaninhos de cada estirpe, contanto que não contrastem com os deveres da humanidade, derivados da unidade de origem e comum destino. Na sua atividade missionária, a Igreja vem afirmando repetidamente que tal norma é a estrela polar do seu apostolado universal. Inúmeras pesquisas e investigações de pioneiros, realizadas com sacrifício, amor e dedicação pelos missionários de todos os tempos, propunham-se a facilitar a compreensão interior e o respeito das diversas formas de civilização, e a tornar fecundos os valores espirituais por meio da pregação viva e vital do Evangelho de Cristo. Tudo o que em tais usos e costumes não seja indissoluvelmente ligado a erros religiosos será sempre benevolamente examinado e, quando possível, promovido e tutelado.
E o nosso imediato predecessor, de santa e veneranda memória, ao aplicar tais normas a uma questão de singular delicadeza, tomou decisões generosas que elevaram um monumento à vastidão do seu intuito e ao ardor do seu espírito apostólico. É escusado dizer-vos, veneráveis Irmãos, que entendemos prosseguir por esta via sem a menor hesitação. Todos aqueles que passam a fazer parte da Igreja, qualquer que seja a sua origem ou língua, devem saber que têm igual direito de filhos na casa do Senhor, onde impera a lei e a paz de Cristo. De acordo com estas normas de igualdade, a Igreja consagra as suas solicitudes à formação de numeroso clero indígena e ao aumento gradual do episcopado indígena. E, para dar uma prova destas nossas intenções, escolhemos a iminente festa de Cristo Rei para elevar à dignidade episcopal, sobre o túmulo do Príncipe dos Apóstolos, doze representantes de diversos povos e estirpes. Entre os dilacerantes contrastes que dividem a família humana, possa este ato solene proclamar a todos os nossos filhos, esparsos pelo mundo, que o espírito, o ensino e a obra da Igreja nunca poderão ser diversos daquilo que pregava o Apóstolo das Gentes: “E vos revestistes do homem novo, que se renova para o conhecimento segundo a imagem do seu Criador. Aí não há mais grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo é tudo e em todos” (Colossenses 3, 10-13).

REFERÊNCIA: David I. Kertzer, O papa e Mussolini: A conexão secreta entre Pio XI e a ascensão do fascismo na Europa, Intrínseca, 2017, p. 368, 369, 370, 371, 372, 373 e 525. Cesare De Agostini, Segregati da Dio: tutti i conclavi del '900, p. 164. Carlo Falconi, I Papi del ventesimo secolo, p. 251.

أظهر المزيد
Responsive image

Log in to comment


0

التالي