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Nacional-socialismo, um tipo de socialismo: como eles declararam guerra à propriedade privada (John Kennedy)

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Publicado em 03 Jun 2025 / Em Outro

https://mises.org/mises-wire/y....es-they-were-sociali
https://news.phvox.com.br/sim-....eles-eram-socialista

Quando a maioria das pessoas pensa nos nazistas, o que geralmente vem à mente é a Segunda Guerra Mundial, o Holocausto e discursos inflamados de ódio. No entanto, os Nacional-Socialistas também tinham diretrizes econômicas e governamentais — políticas que muitos presumem serem ou de livre mercado ou projetos de obras públicas ao estilo do New Deal, como a Autobahn. Mas a política nazista não era tão simples.
Os nazistas eram socialistas, e isso se refletia em muitas das políticas que implementaram após assumirem o poder em 1933. Primeiro, como os soviéticos, os nazistas iniciaram uma guerra contra a propriedade privada. Não surpreende que os direitos de propriedade tenham sido severamente restringidos pelo Nacional-Socialismo em nome do bem-estar público.
Como os Nacional-Socialistas Combateram a Propriedade Privada na Alemanha?
O primeiro passo veio pouco depois de os nazistas tomarem o controle, quando aboliram a propriedade privada. O artigo 153 da constituição de Weimar garantia a propriedade privada, permitindo expropriação apenas mediante o devido processo legal, mas esse artigo foi anulado por um decreto em 28 de fevereiro de 1933.
Com isso, o novo governo Nacional-Socialista passou a ter controle total sobre a propriedade privada na Alemanha. Embora não tenham tomado controle absoluto das terras como os bolcheviques fizeram na Rússia em 1917, os nazistas impuseram cotas a indústrias e fazendas, e mais tarde reorganizaram toda a indústria em corporações administradas por membros do Partido Nazista.
A Guerra Contra os Negócios
Peter Temin escreveu sobre isso em Soviet and Nazi Economic Planning, afirmando:
Ambos os governos reorganizaram a indústria em unidades maiores, ostensivamente para aumentar o controle estatal sobre a atividade econômica. Os nazistas reorganizaram a indústria em 13 grupos administrativos, com um número maior de subgrupos, a fim de criar uma hierarquia privada para o controle estatal. Assim, o Estado podia direcionar as atividades de uma empresa sem adquirir a propriedade direta das corporações. A tendência pré-existente de formação de cartéis foi incentivada para eliminar a concorrência que desestabilizaria os preços.
Ironicamente, os nazistas chamaram essa reorganização de “privatização”, embora os donos dessas corporações tenham sido removidos dos conselhos de administração e substituídos por membros do Partido Nazista — ou então foram cooptados e tornaram-se membros do partido. Entre essas corporações estavam a IG Farben e a fábrica de aviões Junkers.
A IG Farben era uma empresa química fundada em 1925 por Carl Bosch e Carl Duisberg, ambos judeus, e tinha uma capitalização de cerca de um bilhão de marcos em 1926. Em 1938, todos os trabalhadores judeus da empresa haviam sido expurgados e o conselho de supervisão substituído por nazistas (veja o livro de Joseph Borkin, The Crime and Punishment of I.G. Farben).
A IG Farben foi um exemplo claro da reorganização da indústria empreendida pelos nazistas para benefício próprio. Sybille Steinbacher, professora de estudos sobre o Holocausto, escreveu sobre essa parceria público-privada em seu livro Auschwitz, afirmando:
Otto Ambros e o diretor da IG Farben, Fritz ter Meer, realizaram uma reunião do conselho em Berlim com Carl Krauch, que não era apenas membro do conselho de diretores da IG Farben, mas também integrante do círculo de industriais próximo ao Reichsführer-SS, conhecido como o “Círculo de Amigos” de Himmler.
Após a ascensão dos nazistas ao poder, esse tipo de cooperação tornou-se comum. Empresas privadas tornaram-se meramente entidades públicas, e industriais que resistiam aos comissários nazistas e suas políticas eram removidos de seus cargos e suas empresas confiscadas.
A fábrica de aviões Junkers não teve destino muito diferente, segundo Temin, que escreveu:
O professor Junkers, da fábrica de aviões Junkers, recusou-se a seguir as ordens do governo em 1934. Os nazistas, então, tomaram a fábrica, compensando Junkers pela perda. Esse foi o contexto no qual outros contratos foram negociados.
Essa guerra nazista contra os negócios deixou industriais e outros empresários receosos de terem seus meios de subsistência tomados à força, como explica Günter Reimann em The Vampire Economy.
Reimann cita uma carta de um empresário alemão a um empresário americano:
A diferença entre este sistema e o sistema russo é muito menor do que você pensa, apesar de que oficialmente ainda somos empresários independentes.
A carta continua:
Alguns empresários chegaram a começar a estudar teorias marxistas para compreender melhor o sistema econômico atual.
Esse empresário alemão também se queixava de “decisões arbitrárias do governo quanto à quantidade, qualidade e preços das matérias-primas estrangeiras”. Mas os empresários não foram os únicos membros do setor privado a enfrentar um volume massivo de burocracia e controle. Os agricultores também foram vítimas disso.
A Guerra contra a Agricultura
Quando os nazistas chegaram ao poder em 1933, uma de suas principais preocupações era o Lebensraum (“espaço vital”) para o cidadão alemão “puro”. O professor Adam Tooze fala sobre a “fazenda hereditária” em seu livro Wages of Destruction:
Com o objetivo de proteger o campesinato como a “Fonte de Sangue do Povo Alemão”, a lei propôs a criação de uma nova categoria de fazenda, o Erbhof (fazenda hereditária), protegida contra todas as dívidas e isolada das forças de mercado.
Essas fazendas deveriam ser transmitidas de geração em geração para manter o solo “puro”, e autoridades do Reich chegaram a defender que “os agricultores do Erbhof deveriam assumir responsabilidade coletiva pelas dívidas uns dos outros”. Essa política foi introduzida e apoiada pelo banco central do Reich e pelos funcionários do Reichsnährstand (RNS, Sociedade Estatal de Alimentação).
Subsídios agrícolas também eram comuns no Reich nazista, mesmo antes do início da Segunda Guerra Mundial. O RNS foi criado para fixar preços e impor controles de produção na agricultura. Em seu livro Hitler’s Beneficiaries, o historiador alemão Götz Aly descreve as medidas tomadas pelo governo alemão no setor agrícola.
Götz afirma:
“Os preços pagos aos produtores por leite e batatas foram aumentados em 25 a 35 por cento ao longo da guerra.”
Esses subsídios causaram escassez já em agosto de 1939, quando o racionamento de carne e ovos foi imposto para manter o foco da indústria na produção de grãos.
A Vida na Alemanha Pré-Guerra
Nos livros didáticos de história do ensino médio, pouquíssimas páginas são dedicadas à Alemanha pré-guerra (1933–1939). No entanto, dois eventos são sempre mencionados: a Noite dos Cristais (Kristallnacht), em que milhares de negócios judaicos foram vandalizados e destruídos, e a Autobahn, um maciço programa de obras públicas que melhorou a vida de muitos e facilitou o transporte.
Por causa disso, pode-se chegar à conclusão de que a vida pré-guerra era ruim para os judeus, mas benéfica para os cidadãos não judeus. É verdade que os judeus sofreram imensamente, não apenas socialmente, mas também economicamente. No início de 1933, havia cerca de cem mil negócios judeus registrados; em 1938, restavam apenas 39.552. No mesmo ano, foi imposta uma taxa extraordinária de capital aos judeus; eles precisavam registrar todos os seus bens junto ao fisco local, que então cobrava uma taxa de 20% e, posteriormente, 25% sobre esse capital.
Mas, mesmo para os cidadãos comuns não judeus, a vida era difícil. As negociações de venda privadas estavam sujeitas a normas oficiais, sendo os preços de venda previamente fixados para qualquer bem. Se um comerciante quisesse aumentar seus preços, precisava de uma autorização especial de um comissário de preços, que exigia uma declaração detalhada de necessidade e outros dados, como custos de produção e distribuição.
War and Economy in the Third Reich, de R. J. Overy, e The Third Reich in Power, de Richard Evans, relatam as carências que surgiram nas indústrias nesse período. Em 1936, os produtores de aço da Alemanha estavam produzindo apenas 26% da demanda interna do país. Em 1937, o governo alemão incentivou os cidadãos a entregarem sucata de metal, e no mesmo ano, autoridades — incluindo a Juventude Hitlerista — passaram a revistar casas em busca de chaves de metal antigas.
O metal passou a ser rigidamente racionado, e multas eram aplicadas a empreiteiros que instalavam tubulações metálicas de calefação central. Postes e grades de ferro foram substituídos por versões de madeira — mas isso foi interrompido quando também houve escassez de madeira, o que gerou, por sua vez, uma escassez de papel.
Tudo isso ocorreu em 1937, dois anos antes da guerra. Projetos de construção precisaram reduzir o uso de madeira, e as pessoas foram encorajadas a queimar turfa em vez de lenha. Até mesmo o carvão foi racionado. Todas as indústrias sob controle de preços estavam na mesma situação — como a agricultura, onde a escassez de ovos e laticínios levou à distribuição de cupons de racionamento.
Conclusão
O governo nazista assumiu o controle da economia — exatamente o que se espera do socialismo.
Infelizmente, a economia dos Estados Unidos hoje apresenta semelhanças com a economia nazista: desde subsídios maciços até controles de preços, passando por “representantes de interesse social” fazendo exigências ainda mais radicais. A história nos mostra para onde essas políticas conduzem: ao caminho da servidão.

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